Fragata (Fregata magnificens)
Fragata (Fregata magnificens)
As fragatas são constantemente observadas no Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá. Conhecidas como “Piratas do mar” por roubarem alimento de outras aves marinhas, os machos da espécie podem ser identificados por seu saco gular vermelho, que durante o período reprodutivo é inflado para atrair fêmeas. A fêmea é maior que o macho, possui cabeça preta e peito branco e os juvenis têm cabeça branca.
Apesar de serem aves marinhas, as fragatas não conseguem mergulhar e nadar, porque suas penas não possuem uma boa impermeabilização. Além disso, possuem pés e pernas reduzidas impedindo o pouso no solo. As fragatas são aves grandes, com mais de 2 metros de envergadura e pesam em média 1,5kg. Possuem a cauda bifurcada e asas longas, sendo a ave com maior superfície de asa por unidade de peso, tendo a capacidade de planar sem a necessidade de bater as asas o tempo todo, podendo percorrer distâncias maiores que 200km.
O cleptoparasitismo, comportamento de roubo do alimento capturado por outra ave é comum na espécie. A fragata pode atacar outra espécie de ave, que pode estar tanto no solo quanto em voo, fazendo com que ela regurgite o peixe recém pescado ou roubando o que ainda está sendo capturado pelo bico. Além disso, também pode se alimentar de pequenos peixes que sobem próximo à superfície e são capturados com o bico em voos rasantes.
Durante o período reprodutivo, que acontece entre junho e agosto, os machos inflam seus sacos gulares para atrair a fêmea. Ambos os pais apresentam cuidado parental com o filhote, o macho de apenas 3 meses e a fêmea podendo ficar até aproximadamente 1 ano cuidando do filhote. A fragata coloca um único ovo por temporada reprodutiva e ele demora entre 40 e 60 dias, com a maioria dos ovos eclodindo em novembro e dezembro.
Pela proximidade da costa do Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, podemos ver essas aves planando constantemente acima dos manguezais da lagoa.
- Características físicas
Tamanho e peso: Podem medir entre 85 e 100 cm de comprimento, com uma envergadura da asa de mais de 2 metros e pesando em média 1,5 kg.
Plumagem: Essa espécie apresenta dimorfismo sexual: a fêmea possui penas pretas, exceto pelo peito que é branco, enquanto o macho possui todas as penas pretas, mas é caracterizado pela presença do saco gular vermelho no pescoço.
Bico: Seu bico possui uma extremidade em formato de gancho, permitindo a captura de animais que vivem próximo a superfície da água.
Pernas: Apresentam pés e pernas pequenos, pousando principalmente em galhos e árvores.
- Alimentação
Dieta: As fragatas são majoritariamente piscívoras, se alimentando de pequenos peixes, mas também podem se alimentar de lulas, filhotes de outras aves e tartarugas recém eclodidas. Podem roubar peixes de outras aves e são eficientes em encontrar descartes de barcos de pesca por arrasto, onde comem os peixes que estão flutuando.
- Reprodução
Nidificação: O início do período reprodutivo pode variar entre junho e agosto. A presença dos machos com os sacos gulares inchados caracteriza o início da corte. Geralmente se reproduzem em ilhas costeiras e os ninhos são construídos em cima de arbustos e árvores.
Postura e incubação: Os machos e as fêmeas alternam na incubação de um único ovo, que demora em torno de 40-60 dias e posteriormente no cuidado parental. Mesmo que os jovens se tornem capazes de voar entre 4 e 5 meses, as fêmeas podem seguir alimentando-os até mais de um ano depois da eclosão do ovo e o macho deixa o ninho após 3 meses.
- Distribuição geográfica
Região: É uma espécie de ampla distribuição geográfica ao longo da costa nas regiões tropicais e subtropicais do continente americano. No Rio de Janeiro, a Ilha Redonda abriga a segunda maior colônia reprodutiva do Brasil.
- Hábitos e comportamento
Habitat: Habita regiões costeiras tropicais e subtropicais
Comportamento: As fragatas roubam entre si materiais para construção de ninho e os machos podem até atacar outros ninhos com filhotes desprotegidos. Esse comportamento é comum entre os indivíduos da mesma espécie e com espécies diferentes, como os atobás. Em geral, as fêmeas nidificam em intervalos bianuais devido ao cuidado com o filhote.
CRÉDITOS:
Beatriz Simões (Texto)
Caique Cunha (Foto)