Carbono azul: o superpoder do Manguezal contra as mudanças climáticas
13 de agosto de 2025No Complexo Lagunar da Barra e Jacarepaguá, reflorestar manguezais é muito mais do que cuidar da paisagem ou da biodiversidade, é também uma forma direta de combater as mudanças climáticas.
Isso porque os manguezais fazem parte do que a ciência chama de ecossistemas de carbono azul: áreas costeiras, como manguezais, capturam e armazenam grandes quantidades de carbono da atmosfera em suas folhas, troco e raízes. Os manguezais fazem isso de maneira surpreendente: cada hectare de manguezal pode guardar, em média, até 1.000 toneladas de carbono em sua vegetação e principalmente em seus solos profundos, onde esse carbono pode permanecer por séculos.
No território do movimento Juntos Pela Vida das Lagoas, liderado pela Iguá, esse processo natural ganha escala e força. Desde 2022, já foram reflorestados 15 hectares de manguezais, com o plantio de mais de 65 mil mudas de espécies nativas nas lagoas da Tijuca, Camorim e Jacarepaguá. A meta até 2027 é plantar mais de 240 mil mudas — uma ação de restauração ecológica com impacto climático concreto. A expectativa é que, quando concluído o reflorestamento, o manguezal do Complexo Lagunar seja capaz de neutralizar 36.000 toneladas de CO2 anualmente – o equivalente a produção de 8 mil carros.
Se todo esse carbono azul fosse traduzido em imagens do cotidiano, seria como transformar os manguezais em esponjas vivas, capazes de neutralizar o efeito de milhares de voos de avião, ou de anos inteiros de um carro circulando pelas ruas da cidade. Restaurar o manguezal é transformar lama em solução, raiz em tecnologia natural e floresta em aliada contra a crise climática.