Em três anos, Iguá espera recuperar 7 hectares de mangue no Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá
30 de julho de 2024A iniciativa faz parte do projeto "Juntos pela Vida das Lagoas", que inclui a dragagem histórica das lagoas na Zona Oeste do Rio de Janeiro e neutralizará 36 mil tCO2 do meio ambiente.
Após ter começado as obras de dragagem em abril deste ano, a Iguá dará início nas próximas semanas a uma nova etapa do processo de dragagem do Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá: a construção de 350 mil m² de manguezal na Lagoa da Tijuca, um investimento que chegará a R$ 40 milhões.
O aporte faz parte do investimento total de R$ 250 milhões destinados à dragagem do Complexo Lagunar, iniciativa chave do projeto "Juntos pela Vida das Lagoas", que vai remanejar quase mil piscinas olímpicas de lodo e sedimentos do fundo das lagoas para melhorar a troca hídrica com o oceano. Nessa etapa, serão criadas três áreas, próximas ao Rio das Pedras e a Muzema, com parte do material dragado nas lagoas. “Esta obra é um dos grandes legados que a Iguá vai deixar para a cidade. E a ideia é obter dois benefícios de uma vez: com o sedimento que retiramos do fundo da lagoa, construímos áreas de mangue e plantaremos milhares de espécies nativas que cultivamos no viveiro às margens da Lagoa do Camorim" comenta Lucas Arrosti, Diretor de Operações da Iguá no Rio de Janeiro.
Na nova etapa do projeto, serão plantadas 165 mil mudas, sendo a grande maioria de mangue vermelho, espécie predominante na região. Essas mudas se juntam as 80 mil produzidas e que estão sendo plantadas pela concessionária desde 2022. Ao todo, em três anos, serão 240 mil mudas cultivadas, capazes de neutralizar 36 mil tCO2, emissão equivalente a 8 mil carros circulando anualmente. Peixes, crustáceos e aves são as espécies mais beneficiadas pela iniciativa.
A iniciativa se junta a uma série de ações que a Iguá realiza no Complexo Lagunar e que vão além da dragagem. Ainda em 2021, quando a concessionária operava de maneira assistida, o biólogo Mario Moscatelli foi contratado como consultor do projeto, e assim foi dado início a limpeza e cercamento das margens das lagoas e ao cultivo de mudas de mangue vermelho. Hoje, quase três anos depois, o projeto chegou a impressionante marca de mais de 220 toneladas de lixo retirados das lagoas, 7km de margens cercadas e a mais de 55 mil mudas plantadas. “As espécies vegetais de manguezal crescem rápido, portanto, num período de quatro anos após o plantio, e havendo a devida manutenção deles, os manguezais já formarão florestas de 4 a 5 metros de altura, já exercendo suas diversas funções ambientais”, afirma Mario Moscatelli.
Importância do manguezal
Os manguezais desempenham um papel importante no ecossistema. De acordo com Moscatelli, os manguezais formam uma barreira natural que atenua erosões do solo, alagamentos e enchentes. Estudos realizados nas áreas de mangue no estado da Flórida (EUA) determinaram que, para cada um hectare de mangue em pé, a força do mar é reduzida em um metro, de sua entrada à costa adentro. Portanto, o manguezal é uma segurança em termos preventivos e corretivos. Tamanha importância que no dia 26 de julho, a Unesco criou o Dia Mundial de Conservação dos Manguezais.
Sobre a dragagem
A obra de dragagem do Complexo Lagunar foi iniciada em abril de 2024 e tem duração prevista de 36 meses O objetivo principal da intervenção é recuperar os canais naturais de conexão das lagoas com o mar e os espelhos d’água, que hoje se encontram assoreados devido a décadas de descarte de lixo e esgoto irregulares, além de preencher as cavidades artificiais que existem no fundo das lagoas. A iniciativa, assim como o plantio de mangues, está comprometida com seis dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU na Agenda 2030. "Estamos empenhados em promover uma mudança de comportamento na sociedade, reforçando a importância do descarte correto de lixo e da conexão adequada às redes de esgoto. Este projeto é uma etapa crucial para a revitalização do complexo lagunar e para proporcionar melhor qualidade de vida à população," reforça Lucas Arrosti.
A intervenção começou na Lagoa da Tijuca, nas proximidades do Condomínio Península, e se estenderá pelas Lagoas de Jacarepaguá, do Camorim e pelos Canais de Marapendi e Joatinga. Neste mês, a Iguá chegou à marca de 140 mil toneladas de sedimentos dragados. Essas e outras informações sobre o projeto estão disponíveis no site [www.juntospelavidadaslagoas.igua.com.br].